Como definir, planejar e alcançar metas

Você está aqui porque quer alcançar suas metas.

Todos, no fim das contas, só queremos uma vida melhor — e sabemos que alcançar nossas metas nos trará isso.

Bem, nós já ajudamos milhares de pessoas a definir, planejar e alcançar suas metas através de nossos recursos e ferramentas. Portanto, temos algo a dizer sobre o assunto.

Nesse artigo, vamos te entregar nosso passo a passo de 3 etapas para definir, planejar e alcançar suas metas mais rápido. Mas antes de entrarmos em detalhes, aqui vai um resumo:

1. Defina sua meta. Não dá para acertar um alvo, se não estiver mirando nele. Nenhum caminho faz sentido sem um destino. O primeiro passo para alcançar algo é saber o que é isso.
2. Planeje. Uma vez que você sabe o destino, escolha o caminho. Esse é o seu plano. Saber como escolher um bom caminho determina suas chances de sucesso. Você pode escolher um cheio de buracos ou um asfaltado e com sinalização.
3. Aja e otimize. De nada adianta ter a meta mais ambiciosa e o plano mais diligentemente elaborado, se não agir. É como ter uma Ferrari, um GPS, mas não pisar no acelerador. E caso pise, é melhor que saiba corrigir seu curso quando encontrar dificuldades, caso contrário certamente falhará.

O que é uma meta?

Uma meta é um alvo que você deseja acertar. Para acertar, é necessário mirar. Para mirar é necessário querer. Toda meta começa de um desejo, se transforma em um plano, depois em ação e finalmente na sua realização. Uma meta nada mais é do que algo que você ainda não tem, mas quer ter e por isso decide buscar.

É diferente de sonho, pois sonhar não necessariamente é definir como vai chegar lá. Meta, pelo contrário, é algo mais prático, algo que você pensa em como vai alcançar.

Por que metas importam?

Nos primórdios da navegação, marujos costumavam ver algo estranho na Antártida. Ao se aproximar, viam icebergs gigantes que ficavam elevados acima do mar, se movendo contra o vento. Eles iam diretamente na direção oposta ao vento. Por conta disso os marujos eram forçados a mudar de curso para não colidir com os icebergs, pois seus navios eram guiados pelo vento.

Tempo depois foi descoberto que apenas uma fração do iceberg aparecia. Suas enormes raízes eram presas nas grandes correntes do oceano. Por isso conseguiam ir no sentido contrário.

É disso que um homem precisa. Se enraizar profundamente em uma grande corrente de sua própria escolha. Dessa forma ele seguirá seu caminho na direção escolhida, independente dos ventos na superfície da sua vida. Independente das adversidades e distrações. Só assim ele chegará onde deseja.

Nascemos para buscar algo. Quando um bebê chora, é porque quer leite, quer colo ou quer dormir. Quando um adolescente birra, é porque quer atenção. Quando um adulto sai para trabalhar, é porque quer dinheiro para comprar o que precisa.

Ninguém, desde o berço, faz algo sem razão. Sempre somos orientados por algum tipo de meta. Seja ela inconsciente ou consciente. Quando você não decide por qual direção ir, está indo de contra com a própria natureza. Indecisão é um dos maiores bloqueios do sucesso e de uma vida realizada.

Como alcançar metas?

A realização de uma meta passa por 3 fases: Definição; Planejamento; Ação e Otimização.

Primeiro você define o alvo. Depois, você planeja como vai acertá-lo. Por último, você atira. Caso erre, aprenda com o erro e tente melhor. É sobre escolher o destino, escolher o caminho, caminhar e corrigir o curso.

A seguir, você vai aprender a se tornar um mestre em cada uma dessas 3 fases.

Definição: Como definir metas?

Ikigai.

Escolher o destino é uma etapa crucial. Se você escolhe o destino errado, a meta errada, talvez gaste tempo e recursos para alcançar algo que nem sequer queria em primeiro lugar. Por isso, leve mais tempo, mas escolha um bom destino. Para facilitar esse processo, siga o modelo japonês de fazer isso. Conhecido como Ikigai.

Ikigai é um conceito filosófico japonês que se refere ao que dá significado, propósito e valor à sua vida. É também um framework que te permite definir metas que te tragam essas três coisas. Metas traçadas através do Ikigai são aquelas que te fazem pular da cama de manhã para buscá-las.

Sua meta Ikigai é aquela que se encontra no centro de quatro questionamentos:

1. O que você ama fazer?
2. O mundo precisa disso?
3. Te pagariam para fazer?
4. Você é bom nisso?

Se sua meta marca positivo para essas quatro perguntas, você tem um Ikigai. Essa meta se alinha com sua paixão, missão, vocação e profissão.

Para um resumo completo do livro Ikigai, leia esse artigo: Ikigai: Como querer pular da cama de manhã

Para um guia prático com imagens e exemplos sobre como preencher o seu Ikigai, leia esse artigo: Ikigai: O que é? Como preencher? Exemplos.

Regra Goldilocks.

Existe um ponto onde temos o maior nível de motivação para buscar uma meta. Assim como o carro só se mexe no ponto da embreagem, assim como o gelo só passa a derreter em 0°C, a sua motivação chega no pico em um determinado grau de dificuldade.

Cientistas descobriram que temos um pico de motivação quando um desafio, uma meta, nem é tão difícil, nem tão fácil. Exemplo, imagine ser um jogador de tênis iniciante. Ao jogar contra um atleta, vai perder sempre, se desanimar e não terá motivação para jogar. Ao jogar contra uma criança de 4 anos, vai vencer sempre, se entediar e não terá motivação para jogar. Um é muito difícil, o outro muito fácil. O ponto certo seria jogar contra alguém apenas um pouco melhor ou igual a você. Dessa forma, haveriam boas chances de vencer, mas haveria na mesma medida o risco de fracassar. Isso constitui um desafio. Isso nos motiva ao máximo.

Ao definir uma meta, formule ela de tal forma que pareça algo que você tem capacidades de alcançar no seu estado atual. Se nunca escalou antes, não defina a meta de subir uma montanha. Mas também não defina a meta de escalar uma cerca. Nem tão difícil, mas também nem tão fácil. Defina a meta de escalar uma colina, que está no meio. Isso não significa que você não vá buscar algo maior. Significa que está focando em um degrau por vez.

Se quer mais detalhes sobre a Regra Goldilocks, leia esse artigo: Como ter motivação para buscar metas

Metas S.M.A.R.T

O método SMART é o framework mais famoso para definição de metas — e não é à toa. Ele junta todas as teorias e literaturas sobre meta em uma simples template de cinco critérios. Funciona assim:

• Específicas (Specific): Muitas pessoas são vagas ao definir uma meta. Dizem, “Quero ser rico.” Mas o que exatamente é “ser rico”? É ter o suficiente para pagar por tudo até o final da vida? É ganhar acima da inflação? É ter mais que a maioria? Seja específico com suas metas. Quanto exatamente você quer ter no banco? R$1M? R$10M? R$100M?
• Mensuráveis (Measurable): Se não pode ser mensurado, não pode crescer. Como você sabe se está indo bem, se não tem nada que indique isso? É na base do achismo? Intuição? Não. Na vida real, você precisa de medidas e métricas. Elas te dizem o que funciona, e o que não. Metas mensuráveis são númericas. Exemplo, ganhar R$20mil por mês ou aumentar os lucros em 30%. Dessa forma, você consegue saber quão perto está de alcançar simplesmente olhando os resultados que está tendo.
• Atingíveis (Achievable): Uma meta atingível é simplesmente aquela que está apenas um pouco fora da sua zona de conforto, que apresenta um desafio, mas não a ponto de ser impossível. É a Regra Goldilocks em si.
• Relevantes (Relevant): As metas devem estar alinhadas com nossos valores, interesses e objetivos de longo prazo. Ao escolher metas que sejam verdadeiramente significativas para nós, aumentamos nossa motivação e comprometimento em alcançá-las. É o Ikigai em si.
• Temporais (Time-bound): Assim como um diamante é forjado sob pressão e o aço mais forte é forjado sob o fogo mais quente, nossa melhor versão emerge sob urgência. O cérebro humano foi condicionado para sobreviver em um mundo brutal. Onde um tigre poderia aparecer a qualquer momento e te devorar. Sob tais circunstâncias tínhamos que ser criativos, inventivos, espertos. É por isso que quando há um limite de tempo, quando há pressão, quando há estresse e riscos, damos o nosso melhor. Por isso, escolha metas que tenham data de validade.

Para mais detalhes sobre as metas S.M.A.R.T, leia esse artigo completo: Como definir metas SMART (com exemplos)

Planejamento: Como planejar metas?

Como disse Benjamin Franklin, “Se você falha em planejar, está planejando falhar.” Você pode até caminhar sem um mapa, mas provavelmente se perderá, cairá em buracos e andará em círculos. Um plano é o caminho escolhido para chegar até um destino. Um bom plano é um caminho sem buracos, curvas acentuadas e com boa sinalização. Saber traçar um plano de ação é uma habilidade que pode aumentar a velocidade com que você alcança uma meta e até determinar se realmente vai alcançá-la ou não.

Aqui estão algumas dicas para você criar planos de ação eficientes:

Quebre em partes.

Você consegue comer uma melancia inteira de uma só vez? A não ser que seja um hipopótamo, a resposta é não. Mas, e um pedaço por vez? Mesmo que demore, sei que consegue. É o mesmo com planos.

Quebre a meta em janelas de tempo e planeje as ações de acordo. Exemplo, supondo que sua meta seja aumentar o lucro de sua empresa em 20% em 1 ano. O que você vai precisar fazer nesse 1 ano? O que vai precisar fazer a cada trimestre? A cada mês? A cada semana? A cada dia? Tudo precisa estar conectado à janela de tempo maior, nesse caso, o ano. Atribua uma meta para cada período e trace ações para alcançá-la (eg, aumentar 1,6% ao mês). Dessa maneira, toda ação faz sentido e te leva para mais perto da meta principal.

Essa estratégia é eficiente, porque diminui a sobrecarga de um grande desafio focando nas partes que o compõe. Uma muralha é formada por milhares de tijolos. Um arranha-céu é composto por dezenas de andares. Uma redação é composta por centenas de palavras. Parece difícil construir uma muralha, mas parece fácil colocar um tijolo. Foque sua atenção na menor parte e conseguirá mover montanhas.

Use ferramentas de organização.

Em um mar de metas, projetos, ações, dados e informações pode ser complexo ter clareza sobre todo o plano. Já pensou organizar tudo isso em um papel? Parece loucura. Especialmente hoje em dia. É aí onde entram inúmeros softwares de organização e produtividade que podem te ajudar com isso.

Notion, Trello, Asana, Monday.com, Google Calendar ou o velho Excel. Independente de qual você escolha, será uma mão na roda. A maioria desses softwares te ajudam a organizar com simplicidade e facilidade projetos que seriam complexos e dificultosos em um papel.

Priorize corretamente.

Uma vez que você tem um apanhado de ações que vai tomar e um aplicativo para registrá-las, surge a pergunta, “Por onde começo?” Obviamente, você vai começar pelas ações diárias, que são as que estão no seu alcance atual. Na verdade, todas são executadas no presente. Sempre. Entretanto, há sim ações que devem ser priorizadas. Há ações que têm maior impacto no resultado. Há ações que pesam mais na balança. São elas que merecem grande parte da sua atenção e existem métodos para identificá-las.

O primeiro método é a matriz de Eisenhower. Se trata de um quadrante com quatro critérios: Urgente, não urgente; Importante, não importante. Funciona assim:

• Quadrante 1: Urgente e Importante (Faça agora) Tarefas que exigem sua atenção imediata e têm grande impacto.
• Quadrante 2: Importante, mas não Urgente (Agende para depois) Tarefas que são fundamentais para o sucesso a longo prazo, mas não precisam ser feitas imediatamente.
• Quadrante 3: Urgente, mas não Importante (Delegue) Tarefas que precisam ser feitas rapidamente, mas não são cruciais para seus objetivos principais.
• Quadrante 4: Nem Urgente nem Importante (Elimine ou adie)Tarefas que consomem tempo e energia, mas não trazem valor significativo.

O segundo método é a matriz de Priorização. É similar à matriz de Eisenhower, o que muda são os critérios. Ao invés de importância e urgência, são usados impacto e esforço. Assim:

• Alto Impacto, Baixo Esforço (Prioridade alta) Tarefas que têm grande impacto e exigem pouco esforço para serem concluídas. Essas são suas prioridades imediatas.
• Alto Impacto, Alto Esforço (Planeje e faça com cuidado) Tarefas que são importantes, mas exigem mais esforço. Planeje essas ações com antecedência e distribua o trabalho de forma equilibrada.
• Baixo Impacto, Baixo Esforço (Deixe para depois ou elimine) Tarefas fáceis de fazer, mas que têm baixo impacto. Você pode fazer quando tiver tempo, ou eliminá-las se não forem realmente necessárias.
• Baixo Impacto, Alto Esforço (Evite ou delegue) Tarefas que exigem muito esforço, mas têm pouco impacto. Geralmente, são boas candidatas a serem delegadas ou postergadas.

O terceiro é a matriz MoSCoW. Ela divide as tarefas em quatro categorias:

• Must Have (Deve Ter): Ações ou requisitos essenciais que precisam ser feitos. Sem eles, o projeto ou objetivo falha.
• Should Have (Deveria Ter): Tarefas que são muito importantes, mas não absolutamente necessárias. A conclusão delas trará um grande benefício, mas o projeto ainda pode prosseguir sem elas.
• Could Have (Poderia Ter): Tarefas que são boas de ter, mas não fazem diferença significativa para o sucesso. Elas podem ser feitas se houver tempo ou recursos.
• Won’t Have (Não Terá): Tarefas que, por ora, não são necessárias e devem ser deixadas de lado ou descartadas.

O quarto e mais simples método é o ABCDE. Essa técnica surpreende pela simplicidade, mas é embasada nos mesmos princípios que fazem todos os métodos anteriores funcionarem. O especial do ABCDE é que pode ser planejado até em uma folha de papel. Funciona da seguinte forma:

• A: Tarefas extremamente importantes, que devem ser feitas imediatamente.
• B: Tarefas importantes, mas que podem ser feitas logo depois.
• C: Tarefas que são boas de fazer, mas não afetam diretamente o sucesso.
• D: Tarefas que podem ser delegadas.
• E: Tarefas que podem ser eliminadas ou adiadas.

Plano de Ação:

• Liste todas as suas tarefas.
• Classifique-as como A, B, C, D ou E.
• Foque em realizar as tarefas A primeiro, e delegue ou elimine as tarefas D e E.

Ação: Como agir consistentemente nas metas?

Você pode ter a meta mais ambiciosa e o plano mais bem elaborado, porém se não agir, não alcançará. É como estar numa Ferrari, saber o caminho que vai percorrer, mas não acelerar. Muitos dedicam inúmeras horas definindo e planejando metas, mas pecam em não gastar sequer o mesmo tanto de tempo agindo. Enquanto gênios se preparam, medianos agem e alcançam. Não estou dizendo que definir e planejar são etapas irrelevantes, estou dizendo que sem a ação, elas de nada servem.

Normalmente, o que te impede de agir é a indisciplina, falta de foco e má gestão de tempo. Esses três fatores te levam a se distrair com trivialidades, procrastinar e desperdiçar tempo. Por isso, abaixo estão os melhores artigos sobre como se disciplinar, focar e gerir seu tempo:

1. Como ter foco e disciplina (Um guia de 6 dicas simples, mas pouco conhecidas)

2. Como focar, não se distrair e alcançar metas em 8 passos

3. 16 Dicas de gestão de tempo

Otimização: Como mensurar, corrigir e progredir nas metas?

E quanto àqueles que definem metas propriamente, elaboram planos diligentemente e agem massivamente, mas ainda assim não alcançam? Sim, existem essas pessoas. A razão disso acontecer mora nessa última etapa. Você pode ter definido um bom destino, escolhido um bom caminho e caminhar por ele rapidamente, mas se não tiver a capacidade de corrigir seu curso caso uma barreira deslize e bloqueie a estrada, nunca alcançará.

Otimizar significa examinar os resultados que você está tendo para que possa melhorar a forma como age, o seu plano e até a sua meta. Otimização significa corrigir erros, encontrar ideias melhores e aumentar suas chances de sucesso. É através desse processo que você descobre melhores caminhos, ações e estratégias.

A seguir, estão alguns métodos eficientes para que você otimize o seu caminho em direção à sua meta.

Kaizen.

Kaizen é uma filosofia de negócios japonesa. O termo significa melhoria contínua. Independente se é uma pequena ou grande melhoria, o que importa é melhorar e continuar melhorando. É a filosofia que está no cerne da AutenticoValor. O intuito é fazer com que essas pequenas melhorias se acumulem e tornem-se grandes resultados.

Faça uma lista de tudo que você pode melhorar em qualquer parte da sua meta, plano ou ação. Você pode simplesmente pegar uma folha de papel, escrever no topo “O que posso melhorar nisso?” e se forçar a escrever pelo menos 10 respostas. Depois, basta implementar essas melhorias — uma a uma, e ver o que acontece.

Princípio de Pareto.

O Princípio de Pareto diz que 80% dos efeitos vêm de 20% das causas. Em outras palavras, 80% de tudo que acontece está sendo originado por apenas 20% das coisas.

• 80% dos crimes são cometidos por 20% dos criminosos.
• 80% dos royalties são produzidos por 20% dos músicos.
• 80% dos livros vendidos são de 20% dos escritores.
• 80% do dinheiro é produzido por 20% da população.

E por aí vai. Não exatamente 80% e 20%. Varia. Mas é sempre seguindo essa proporção. A maior parte ocasionada pela menor parte.

Quando você dedica mais tempo tentando identificar “o que” traz mais resultados, acaba encontrando os 20% que geram os 80%. Encontra a menor parte, que traz a maior parcela dos resultados.

Sempre busque o pouco que traz muito. Busque os poucos livros que trazem muito conhecimento. Busque os poucos amigos que agregam mais valor. Busque a pequena área do mercado que gera uma grande fatia dos lucros.

É apenas uma questão de identificar onde colocar seus esforços antes de colocá-los. Entender o princípio de Pareto te ajuda com isso. Você começa a pensar de forma seletiva. Você filtra de acordo com o potencial de ganhos que uma determinada coisa tem. Você otimiza os resultados que têm focando no que mais tem impacto neles.