Autoconhecimento: O que é? Como se conhecer?

Você está aqui porque quer conhecer a si mesmo.

Provavelmente ouviu o termo autoconhecimento e sua intuição te disse que é algo importante demais para deixar passar, que tem algo de especial nisso.

Bem, eu, Richard Oliveira, fundador da AutenticoValor, só estou escrevendo isso porque conheci a mim mesmo. Minha jornada de desenvolvimento pessoal começou comigo conversando e pensando em total solitude — e isso mudou minha vida.

Por isso, tenho alguma experiência para te dizer o que realmente significa autoconhecimento, por que ele importa e como conhecer a si mesmo. É o que farei nesse artigo.

Mas antes de entrarmos em detalhes, para poupar seu tempo, aqui estão as dicas sobre como se autoconhecer de forma resumida:

  1. Tome um café consigo mesmo. Não dá para conhecer alguém sem sequer sentar para conversar. O mesmo se aplica a você.
  2. Pense mais. Você não é seus pensamentos. Mas é você quem os escuta. Passe mais tempo os ouvindo e passará a entender de onde eles vêm, o que eles realmente querem dizer e em quais você realmente acredita.
  3. Medite. Meditação é a prática que te leva a dominar sua consciência — e isso é o mesmo que dominar a si mesmo, pois, talvez, você seja ela.
  4. Elimine a dissonância. Há muita informação para pouca reflexão. Isso gera uma confusão sobre o que realmente se acredita. Passe mais tempo ponderando as suas reais opiniões.

O que é autoconhecimento?

Autoconhecimento é o que o próprio termo diz: Conhecer a si mesmo.

Conhecer a si mesmo é o ato de olhar para dentro e examinar o que te compõe. Se perguntar, “Quem sou eu?”, “Por que estou aqui?”, “Sou uma psique, ou uma alma?” Questionar qual é a sua natureza, quais são suas particularidades, quais são suas fraquezas, forças, talentos, habilidades ou personalidade.

Se autoconhecer é buscar o que se perdeu em um mundo repleto de distração: A contemplação, o pensamento, a meditação. Práticas que nos conectam com seja lá o que nós somos.

Conhecer a si mesmo não significa saber exatamente quem você é, pois além da nossa complexidade, mudamos a cada segundo. Somos puro potencial e possibilidade existindo dentro de um corpo. Conhecer a si mesmo é apenas estar consciente de que está consciente, de que existe, de que há algo a mais além de corpo e mente.

Por que autoconhecimento importa?

Muitos têm inúmeros amigos e conhecidos com os quais desenvolveram relacionamentos e se tornaram íntimos. Mas poucos têm um relacionamento consigo mesmo. De fato, a maioria passa pela vida sem sequer saber quem é.

Quando não nos conhecemos, é como ter um estranho dentro de si. Você é incerto, ansioso, perdido. Vive no piloto automático, sem saber quem é esse piloto.

Quando você se conhece, é mais autêntico, mais original, mais único, mais valioso. Você descobre quais são as crenças, princípios e valores que acredita e sabe quais pensamentos são seus, e quais não.

Autoconhecimento traz paz interior. Como Marco Aurélio disse, “As pessoas buscam refúgios para si no campo, junto ao mar ou nas montanhas. Você tem o hábito de desejar as mesmas coisas. Mas… a qualquer momento, você pode encontrar tal refúgio dentro de si. Pois em nenhum lugar você encontrará um refúgio mais tranquilo e menos agitado do que em sua própria alma — especialmente se, ao examiná-la de perto, ela estiver preenchida com serenidade, que nada mais é, como eu diria, do que estar bem ordenada. Permita-se frequentemente este retiro e renove-se.

Como conhecer a si mesmo?

Tome um café consigo mesmo.

Não dá para conhecer alguém sem se sentar para conversar. Nem, se houver uma outra pessoa interrompendo a conversa. Aprenda a praticar a solitude. Tirar momentos para ficar sozinho. Tomar um café consigo mesmo.

No início, parecerá estranho. Mas assim que você se acostumar com a própria companhia, não só será mais seletivo com quem você permite estar ao seu redor, como encontrará mais prazer em passar tempo consigo mesmo.

Isso não é um incentivo para você desejar estar sempre sozinho. Existe diferença entre solidão e solitude. Precisamos de pessoas. As pessoas certas nos fazem bem. O que quero dizer é: Dedique um pouco de tempo a si mesmo também. Assim como faz com as pessoas.

Pense mais.

Quando você está literalmente sozinho consigo mesmo, surge a dúvida, “Eu sou esses pensamentos que ouço?” No início, talvez seja difícil entender, mas você não é eles. Com a prática, perceberá que você é apenas quem ouve eles. A discussão sobre o que realmente somos já acontece há séculos. Ninguém ainda tem certeza se somos um espírito, um cérebro, ou apenas uma mente. Porém, quanto mais você pratica o autoconhecimento, mais percebe que realmente você é algo a mais. O que torna mais convincente a teoria de que somos uma consciência.

A palavra “consciência” vem do latim conscius “con” que significa “junto”, ou “com” e “scio” que significa “saber”. Podendo ser interpretada como “Com saber”. Estar consciente é saber de algo. Quando se trata de sentar e pensar deliberadamente, nos tornamos conscientes dos nossos pensamentos, sentimentos e crenças.

Quanto mais pensamos, mais entendemos o que ocasiona tais pensamentos, de onde eles vêm. Nos separamos deles, como se fôssemos apenas observadores. Entendemos melhor o que estamos sentindo e temos mais consciência do que acreditamos e defendemos.

A prática de pensar é o que te torna cada vez mais autoconsciente. Isso é o mesmo que ser sábio, pois sabedoria envolve ter consciência de muitas coisas. Autoconsciência também te torna uma pessoa mais controlada, pois você sabe exatamente como lidar consigo mesmo.

Medite.

Quando as pessoas pensam em meditação, a primeira coisa que vem à mente é um monge sentado no topo de uma montanha sussurrando, “a umm..” Mas não é necessariamente isso. Gosto de descrever meditação como um exercício para a atenção, o foco, a consciência. É direcionar ela para onde você quer e manter ela onde você acha que ela deve ficar.

Dominar a sua consciência é o mesmo que dominar a si mesmo, pois você existe onde ela está. Meditar te ajuda a examinar melhor aquilo ao qual se presta atenção. O que interfere diretamente no processo de autoconhecimento, que é quando você presta atenção em si.

Aqui está uma maneira simples de meditar:

  1. Sente-se em um local confortável, com uma boa temperatura e de preferência sem ninguém. Comece respirando fundo algumas vezes (contar ajuda).
  2. Foque toda a sua atenção na respiração.
  3. Após um tempo, talvez após 10 respirações profundas, passe a prestar atenção no que está sentindo fisicamente. “Está frio? Estou confortável? Estou ansioso? Estou calmo?”
  4. Depois, passe a prestar atenção nos barulhos ao seu redor, um a um. Talvez seja o barulho do ventilador, talvez seja o batido do martelo de uma obra ao lado, talvez seja o latido de um cachorro. Foque em cada um deles por um tempo.
  5. Por último, você pode ir para o mais difícil: Seus pensamentos. Interprete eles como carros que estão passando numa rodovia. E você? Você está apenas sentado na banqueta observando eles passarem. Observe-os, mas não se envolva. Entenda que você não é seus pensamentos. Desconecte-se deles. E caso você acabe divagando e se envolvendo demais, assim que perceber que isso aconteceu, volte para a banqueta.

Elimine a dissonância.

O mundo que vivemos hoje é repleto de informações de fácil acesso. Você pode simplesmente abrir o celular e consumir mais informação do que seus tataravós consumiam em 3 meses.

Parece que todos têm algo a dizer — E dizem, através de plataformas que podem entregar essas informações e opiniões para milhões de pessoas.

O problema com isso é que ouvimos muito, consumimos muito, absorvemos muito. Mas fazemos muito pouco do inverso, que é, falar muito, produzir muito, refletir muito. Isso entope nossas mentes com opiniões rasas que não entendemos profundamente e crenças que não acreditamos verdadeiramente. Os pensamentos que trafegam pelas nossas mentes não são nossos, e como consequência, tudo que sai das nossas bocas não passa de opiniões repetidas que ouvimos de vídeos de 30 segundos.

Isso te faz sentir perdido e confuso. Desconectado de si mesmo. Além disso, há um fenômeno chamado dissonância mental. Ele ocorre nas nossas mentes, quando existem duas crenças que não podem coexistir. Como duas opiniões que são o completo oposto uma da outra. Tese e antítese. Você não pode acreditar em ambas ao mesmo tempo. E quando você fica em cima do muro, sem escolher um lado, a dissonância emerge e te faz sentir ansioso, como se algo estivesse errado — porque está!

A solução para tudo isso? Ouça menos, consuma menos, absorva menos tudo que o mundo tem a dizer. Tire sua atenção do exterior e traga para o interior. Pense mais, fale mais, produza mais, reflita mais, pondere mais e você não só conhecerá melhor a si mesmo, como escolherá suas próprias opiniões, criará pensamentos originais e chegará a conclusões sobre o que realmente acredita.